Médico realizou cirurgia cardíaca em paciente para tratar endometriose sem consentimento prévio.
- Telma Prado
- 28 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Mulher de 34 anos adquiriu doença cardíaca crônica após procedimento feito sem autorização em São Paulo
A vida de uma mulher de 34 anos virou de cabeça para baixo depois de entrar em uma cirurgia para tratar endometriose e sair com o coração operado sem autorização. Devido ao procedimento, ela acabou adquirindo uma doença cardíaca crônica que a impõe uma série de limitações.
O caso, divulgado pela "Folha de São Paulo", nesta quinta-feira (26), corre em segredo de Justiça e o nome da paciente, representada como Renata, foi preservado a pedido da mulher, que prefere esconder sua identidade e não falar publicamente sobre a denúncia.
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Com o sonho de se tornar mãe de quatro filhos, Renata descobriu uma endometriose depois de diversas tentativas frustradas de engravidar. Embora não tivesse tido fortes dores, características da doença, a infertilidade foi um dos sintomas que a atingiu.
Para tratar a doença, a mulher chegou até o ginecologista Ricardo Mendes Alves Pereira, que possui um consultório no Jardim Paulista, na zona oeste de São Paulo, e marcou uma consulta, que custou R$ 1.500. Foi então que a cirurgia ficou marcada para o dia 19 de outubro de 2023.
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À "Folha", familiares de Renata contaram que o médico previu até cinco horas de cirurgia. No dia, no entanto, o tempo do procedimento durou mais que o dobro do que o dito por Pereira inicialmente. No centro cirúrgico, sem autorização e sem especialistas cardíacos presentes, o ginecologista operou o coração da mulher.
Renata entrou na sala de cirurgia achando que iria operar apenas a região do útero, ovário, trompas e intestino grosso (cólon). De acordo com a denúncia, o médico ampliou a operação para tratar uma endometriose que teria atingido o diafragma e pericárdio, uma membrana que envolve o coração.
Em áudio enviado aos familiares de Renata, o ginecologista afirmou que não contou sobre a cirurgia no coração para a mulher não "esquentar um pouquinho, ficar mais estressada sabendo que ia mexer aqui em cima", palavras do médico de acordo com a "Folha".
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Com fortes dores, Renata recebeu o diagnóstico de pericardite, uma doença crônica que causa inflamação da membrana que envolve o coração e os grandes vasos sanguíneos, meses depois da cirurgia. Por causa disto, não pode se exercitar ou se estressar, já que seus batimentos cardíacos devem ficar abaixo de cem.
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